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Homicdios de mulheres em Mato Grosso deixam 70 filhos sem mes 6w1f31

Destes, 21 eram filhos das vtimas com os autores dos crimes 1ub4f

Redao

26/01/2022 - 14:29

A violncia contra mulheres no deixa marcas apenas nas vtimas, mas em todo seu crculo familiar. Quando se trata dos crimes de homicdios, as marcas so ainda mais dolorosas, com dezenas de crianas e adolescentes rfos dos vnculos fsicos e afetivos. A Polcia Civil identificou que as mortes violentas de mulheres registradas em Mato Grosso no ano ado deixaram 70 filhos sem mes, entre crianas, jovens e adultos. Destes, 21 eram filhos das vtimas com os autores. Entre os registros de feminicdios, duas vtimas estavam gestantes quando foram mortas.

Tais acontecimentos desestruturam famlias inteiras, com filhos sem mes e pais, pois em muitas situaes, os homens cometeram sucidio aps matar suas companheiras ou foram presos.

Os nmeros fazem parte do estudo realizado desde 2020 pela Diretoria de Inteligncia da Polcia Civil para traar o perfil de mulheres vtimas de mortes violentas. O levantamento coordenado pela Gerncia de Inteligncia Estratgica realizado com base nos boletins de ocorrncia e em inquritos policiais e traz ainda os dados sobre local dos crimes, meio empregado nos homicdios, solicitao de medidas protetivas, perfis das vtimas, vnculo entre vtimas e autores dos crimes, o ndice de esclarecimento dos homicdios e os efeitos da violncia contra mulheres.

Dos homicdios e feminicdios cometidos no ano ado contra mulheres, 80% deles foram esclarecidos. Do total de crimes ocorridos, 66 autores foram indiciados e 24 dos casos seguem em apurao.

Josilaine Maria Gomes dos Reis, 31 anos, deixou trs filhos rfos de seus cuidados. Ela foi morta a golpes de faca pelo seu ex-companheiro, com quem tinha um filho pequeno. Ele no aceitava o fim do relacionamento e na noite do dia 5 de outubro do ano ado, invadiu a casa dela, no bairro Nova Esperana, em Cuiab, e na frente dos filhos atacou a ex-mulher. A tcnica de enfermagem estava dormindo quando sofreu os primeiros golpes, que terminaram dentro do banheiro da casa. Aps cometer o crime e tambm atentar contra a prpria vida, o autor do crime pediu s crianas que fossem at um vizinho para avisar o que ele havia cometido e chamasse a polcia.

Outro crime que deixou crianas rfs e produziu uma tragdia familiar foi registrado pela Polcia Civil em dezembro de 2021, em Vrzea Grande. A tcnica em enfermagem, Franciele Robert da Silva, 33 anos, foi morta pelo ex-marido, que invadiu a casa dos pais sua procura. Para defender a filha, o pai de Francieli, de 67 anos, entrou em luta corporal com o ex-genro e foi ferido gravemente. Depois, o criminoso foi at o quarto onde a vtima tentava se esconder, junto com a filha de 12 anos, arrombou a porta e desferiu diversos golpes contra a Francieli, que a levaram a bito. O pai dela chegou a ser socorrido a um hospital, mas no resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.

Violncia progressiva

A delegada Mariell Antonini Dias, coordenadora da Cmara Temtica de Defesa da Mulher da Sesp, destaca que o estudo ajuda a compreender melhor o fenmeno da violncia domstica, deixando claro o risco a que as mulheres esto submetidas quando vivem situao de violao de direitos em casa e no procuram ajuda da Polcia.

“Muitas mulheres pensam que o agressor no ter coragem de ceifar a vida delas e que as ameaas so vazias, mas as estatsticas demonstram que a maior parte das mortes de mulheres ocorre em casa por pessoas que possuem vnculo com elas, sendo necessrio que todas entendam que a violncia pode ser progressiva e cada vez mais letal. E, por isso, devem buscar auxlio para o problema que est acontecendo dentro de casa, tornando visvel ao Estado o que, apenas quem est na relao, conhece”, argumenta a delegada, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Vrzea Grande.

A coordenadora da Cmara Temtica de Defesa da Mulher destaca ainda que os familiares tambm so importantes nesse processo de rompimento do ciclo da violncia e tem o dever moral de auxiliar a vtima, buscando o aparato estatal.
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