Pais e alunos do Colgio Mxi, no Bairro Quilombo, protestaram no incio desta semana contra a matricula da menor que matou com um tiro no rosto Isabele Ramos, dentro do Condomnio Alphaville, em Cuiab. O crime aconteceu h dois anos.
A atiradora ex-aluna da instituio e ficou um ano e meio detida no Complexo Pomeri.
O protesto invadiu tambm as redes sociais. Amigos e familiares subiram a hashtag #JusticaporBele no Twitter e publicaram fotos que mostravam cartazes de outros protestos pelo assassinato. Nas mensagem dos cartazesm alguns diziam: “Lugar de assassina na cadeia no na escola” e "Que volte para o Pomeri".
“Ela achava que era s sair da priso que a vida ia voltar ao normal! S que no! No vamos parar de lutar pela justia por Bele!”, dizia uma das publicaes.
Em outra publicao, a internauta mostra o vdeo que demonstra as habilidades da menor com armas e afirma: “A assassina sabia atirar no foi acidente e ela a 'fofa' est solta”.
Uma das publicaes, com mais de 400 curtidas, mostra a menor em um salo de beleza mudando a cor do cabelo. "Assasina agora tem direito a dia de princesa".
Em outra, a pessoa estampa a cara da atiradora e diz que tanto ela quanto o namorado da poca, que praticava tiro esportivo, s esto imunes pelo “dinheiro e cor da pele”.
Abaixo assinado
Os manifestantes fizeram um abaixo assinado na tentativa de impedir que a jovem volte a frequentar a instituio.
Procurado, o Colgio Mxi afirmou que no ir se posicionar sobre o caso. Com base no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), no entanto, o colgio no pode recusar a matricula da jovem.
A defesa da menor tambm informou que no ir se posicionar sobre o caso.
Soltura
No incio do ms ado, o Tribunal de Justia determinou a soltura da adolescente durante sesso da Terceira Cmara Criminal do Tribunal de Justia.
A jovem ganhou a liberdade no dia 8 de junho, aps ficar um ano internada no Complexo Pomeri.
A liberdade foi concedida porque os desembargadores da Terceira Cmara Criminal mudaram o entendimento do caso, alterando o crime de homicdio doloso para culposo, quando no h inteno de matar.
Segundo o advogado da menor, Artur Osti, j era esperado que a sentena condenatria fosse alterada quando submetida reviso de um “rgo colegiado imparcial”.
Relembre o caso
Isabele Ramos, 14 anos, morreu com um tiro no rosto dentro de um banheiro na casa da amiga.
A tragdia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresrio Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.
De acordo com a denncia do Ministrio Pblico Estadual (MPE), no caminho, porm, a garota desviou e seguiu em direo ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. L, conforme a denncia, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.
A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vtima, entre 20 a 30 centmetros de distncia, e a 1,44 m de altura.
Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.
Eles foram denunciados pelo MPE por homicdio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupo de menores.
O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de servios comunitrios por ato infracional anlogo ao porte ilegal de arma de fogo.