O governador Mauro Mendes (Unio) disse nesta tera-feira (11) que uma eventual reduo do ICMS (Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios) dos alimentos, proposta pelo Governo Federal aos estados, no vai resultar na queda dos preos.
Em 2024, os alimentos ficaram 7,7% mais caros em relao a 2023, de acordo com o IPCA (ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo), que a inflao oficial.
Em uma medida excepcional, o Governo Lula (PT) anunciou que iria zerar os impostos federais sobre importaes de alguns produtos como carne, caf e milho para mitigar a inflao. E provocou os governadores a adotarem a medida e reduzir o imposto estadual.
Mendes garantiu que no deve adotar a medida no Estado, pois Mato Grosso j pratica a alquota dos alimentos de modo reduzido.
“No Estado de Mato Grosso os itens so isentos ou tm percentual extremamente baixos. O que est causando inflao alta no isso. Se eu reduzir 1% no isso que vai mudar o valor dos alimentos no Estado”, afirmou imprensa.
“Hoje, os alimentos esto caros no Brasil porque os juros esto caros, porque o dlar est caro, porque a inflao est fugindo ao controle, pois o Governo Federal infelizmente no fez a lio de casa”, completou.
Mendes responsabilizou o Governo Federal pela alta nos preos ao afirmar que ltimos presidentes tm tido muitos gastos, impactando diretamente no desequilbrio fiscal que ocorre no pas.
“H muitos anos o Governo Federal vem tendo dficit primrio, ou seja, gasta mais do que arrecada. Os juros sobes, a dvida cresce, o desequilibro fiscal est chegando na conta do cidado brasileiro”, disse.
"Lio de casa"
Ao criticar o Governo Federal, Mendes lembrou quando assumiu o governo do Estado em 2019 e encontrou Mato Grosso em uma situao financeira complicada.
Segundo ele, foram necessrias medidas “duras” para conseguir colocar a economia nos eixos.
“Eu estou muito tranquilo porque em Mato Grosso ns fizemos a lio de casa. Em 2019 pegamos um Governo totalmente desequilibrado. Em vez de fazer gracinha, como a maioria dos polticos gosta de fazer, eu fui trabalhar”, afirmou.
“Hoje somos o Estado que mais investe no Brasil. J estamos quatro anos consecutivos investindo prximo de 20%. Essa a lio que eu devolvo ao Governo Federal. Ns temos que fazer o dever, temos que cuidar das contas pblicas”, completou.
“Se o Governo Federal tivesse feito isso, no estaria precisando fazer esse tipo de coisa que, a meu ver, no vai resolver”.