O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (Unio), fez duras crticas ao decreto assinado pelo presidente Luiz Incio Lula da Silva (PT) que estabelece novas regras restritivas para o uso da fora por policiais militares.
Entre as mudanas, est a proibio do uso de armas de fogo em situaes que no representem risco aos profissionais de segurana pblica.
“Est tudo errado. No concordo com esse decreto. Respeito o atual presidente, porm eu discordo completamente dessa estratgia de querer fazer esse grande debate em cima da Polcia Militar como se eles fossem os causadores dos grandes ndices de violncia e da insegurana que o cidado brasileiro tem", disse o governador em entrevista neste sbado (28), Rdio Jovem Pan.
Para Mendes, o decreto se baseia em um "factoide" que desvia o foco do combate violncia no Brasil. O governador cita o projeto do Governo Lula em que quer promover a implantao de cmeras corporais em PMs de todo o pas.
“ uma mudana completa de contexto e de foco. O Brasil teve mais de 40 mil assassinatos, o pas que mais mata em nmeros absolutos no mundo. Isso tem que ser combatido com leis duras, inteligncia, estratgia e no criando esse factoide. Para mim, isso um factoide”, declarou.
O governador tambm defendeu a atuao da maioria dos policiais militares e rejeitou a ideia de que eles sejam os principais responsveis pela insegurana no pas.
“A grande maioria so cidados de bem que trabalham para prover segurana pblica”, afirmou, ressaltando que respeita o presidente Lula, mas discorda totalmente da estratgia adotada.
"Dinheirinho”
No decreto elaborado pelo Ministrio da Justia e Segurana Pblica, de Ricardo Lewandowski, e com o aval do presidente Lula, estabelece que os estados que no aderirem tero os rees dos fundos de segurana pblica suspensos.
Se de fato implementado, Mendes diz que Mato Grosso abrir mo do recurso, que classificou como "dinheirinho”.
“Primeiro um erro, e segundo, o dinheirinho da Unio muito pouco diante daquilo que todos os estados brasileiros, inclusive o meu, bancamos com segurana pblica", disse.
“No meu Estado, eu j adianto: prefiro deixar de receber esse dinheirinho do que ter que seguir uma regra que no vai ajudar na estratgia e melhorar o ambiente de segurana para o cidado e para a sociedade", completou.