A derrota de Ldio Cabral (PT) em Cuiab deve ser atribuda a alguns fatores. O mais evidente a rejeio histrica e a falta de prestgio que o PT, o presidente Lula e Carlos Fvaro (PSD) tm entre os eleitores da Capital.

Era a p de cal que faltava para enterrar, mais uma vez, o sonho petista de conquistar o Palcio Alencastro
Mas, alm disso, outras decises tomadas ao longo do segundo turno acabaram por soterrar as pretenses do petista.

Talvez a principal delas foi o movimento, atribudo a Fvaro, de colocar Ldio no colo do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), para muitos j considerado o pior prefeito da histria de Cuiab.

Afundado numa gesto medocre, com as famigeradas 23 operaes policiais por suspeita de esquemas de corrupo, Emanuel abriu os braos e acolheu, com alegria, Fvaro, Ldio e o grupo da esquerda.

Na mesa de negociaes, segundo comentrios de bastidores, Emanuel teria aceitado entrar na campanha aps algumas exigncias.

Entre elas, ter assegurado dezenas de cargos, uma secretaria e, tambm, que Ldio, em caso de vitria, fizesse vistas grossas aos "esqueletos" que iria encontrar nos armrios do Palcio Alencastro - evitando, por exemplo, uma devassa nos contratos sob suspeita.

O roteiro da esquerda contava com a experincia de Emanuel na linha de frente da "mobilizao" junto sua base, mesmo reduzida, mas que poderia fazer a diferena na reta final e assegurar os votos necessrios a Ldio.

O grupo s no contava que o acordo iria "vazar" para a imprensa e se tornar pblico.

Com habilidade, o agora prefeito eleito Ablio Brunini (PL) e sua equipe de marketing focaram todos os esforos para colar a imagem queimada de Emanuel de Ldio. Deu certo.

Pelo resultado das urnas, era a p de cal que faltava para enterrar, mais uma vez, o sonho petista de conquistar o Palcio Alencastro.