A segunda safra de milho em Mato Grosso enfrenta dificuldades devido a uma combinao de fatores climticos e problemas no controle de pragas. O plantio fora da janela ideal, causado por atrasos na colheita da soja, agravou a situao. A falta de chuvas no perodo crtico e o aumento das infestaes de lagartas comprometem o potencial produtivo.

Aproximadamente 15% da rea cultivada foi semeada fora do perodo recomendado. As informaes so da Aprosoja MT.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuria (IMEA), o uso de tecnologias de sementes de alta produtividade, com alto custo, no tem se mostrado eficaz neste ciclo. Diego Bertuol, diretor istrativo da entidade e coordenador da Comisso de Poltica Agrcola, explica que os produtores foram pegos de surpresa.

“O produtor opta por tecnologias mais caras, mas este ano, elas no atenderam s expectativas. Isso aumentou os custos de produo, o que j era um desafio para os produtores com margens apertadas”, comenta.

O planejamento da safra tambm foi prejudicado pela aquisio tardia de insumos. A cautela na aplicao de fertilizantes, especialmente o fosfatado, impacta ainda mais a produtividade.

“Muitos produtores reduziram o uso de fertilizantes, especialmente o fosfatado, que teve uma reduo de 50% em algumas reas. J no nitrognio, a reduo foi menor, de 10% a 30%”, destaca Bertuol.

A irregularidade das chuvas tambm tem sido um fator determinante para o desempenho da safra. De acordo com o programa Aproclima, da Aprosoja Mato Grosso, municpios como Confresa/MT, Matup/MT, Guiratinga/MT, gua Boa/MT e Nova Xavantina/MT, em regies crticas do estado, sofreram longos perodos sem precipitao. Em Confresa/MT, o tempo sem chuva chegou a 27 dias, o que prejudicou o desenvolvimento das lavouras no estgio crtico de crescimento do milho.

Apesar da seca prolongada, as lavouras comeam a se estabilizar com as chuvas recentes, segundo Diego Dallasta, vice-presidente leste da Aprosoja MT.

Alm da falta de chuva, o controle de lagartas tem sido um dos maiores desafios para os produtores. As tecnologias de controle de pragas, amplamente utilizadas, mostraram falhas, o que forou os agricultores a aplicarem defensivos de forma repetida.

Gilson Antunes de Melo, vice-presidente oeste e vice-coordenador da Comisso de Defesa Agrcola da Aprosoja MT, refora que o problema com as lagartas generalizado.

“A quebra de eficincia das biotecnologias para o controle de pragas tem levado os produtores a aumentar as aplicaes, o que eleva os custos e reduz a produtividade”, explica Melo.