A Justia determinou o afastamento do major Wilson Pereira Padilha Neto, comandante do Batalho da Polcia Militar em Peixoto de Azevedo, por suspeita de que ele esteja envolvido com o “sequestro, crcere privado, desaparecimento e possvel homicdio” do adolescente Pedro Henrique Ribeiro, de 17 anos.
A deciso judicial ainda impe uma distncia de pelo menos 500 km da regio, a fim de “garantir a efetiva imparcialidade e a integridade das investigaes”, bem como probe que o militar mantenha contato com os militares da cidade de Peixoto de Azevedo durante o perodo de apurao dos fatos.
Conforme o relato da me do adolescente, ele foi conduzido por policiais militares at a base da PM no dia 6 de outubro de 2023, por volta das 15h30, e desde ento no foi mais visto. A investigao teve incio aps ela procurar a Polcia Civil e o Ministrio Pblico informando do desaparecimento do seu filho.
A mulher relatou que ele estava em uma moto da prima e que teria sido abordado pela PM e levado para a base militar em um veculo descaracterizado, conforme contou uma vizinha. Ao tomar conhecimento do fato, a prima foi at a unidade da polcia, onde testemunhou o adolescente sendo agredido.
Diante das evidncias apontadas pela investigao policial, o juzo da 2 Vara de Peixoto de Azevedo determinou a remoo do comandante, por entender que a posio dele na hierarquia da PM poderia influenciar no comportamento dos militares diante da investigao.
“Conforme previsto no Cdigo de tica e Disciplina da corporao, a autoridade mxima do batalho possui controle sobre as operaes e aes dentro da unidade, o que pode afetar a imparcialidade e a liberdade dos subordinados para colaborar com a investigao. H, portanto, o perigo de que informaes sejam ocultadas ou manipuladas”, diz a deciso judicial.
Destacou, ainda, o temor da populao com “abordagens violentas, revistas ilegais e violaes domiciliares cometidas com grave ameaa, possivelmente culminando em atos de tortura”.
Em nota, a Polcia Militar afirmou que j cumpriu a deciso judicial e removeu o major do batalho de Peixoto de Azevedo. Conforme o posicionamento, a fora policial “permanece colaborando com as autoridades judiciais para o esclarecimento dos fatos”.