A Justia de Mato Grosso negou recurso para retirar a tornozeleira eletrnica do delegado Geordan Fontenelle e do investigador Marcos Paulo Angeli, acusados de montar um “gabinete do crime” na Delegacia de Peixoto de Azevedo.
A deciso assinada pelo juiz Joo Zibordi Lara, 2 Vara de Peixoto de Azevedo, e foi publicada nesta quinta-feira (15).
Fontenelle e Angeli foram alvos da Operao Diaphthora, deflagrada em abril pela Corregedoria-Geral da Polcia Civil de Mato Grosso, e que apura um esquema de cobrana de propina na delegacia.
Eles foram soltos em maio por deciso do Tribunal de Justia e mediante o cumprimento de algumas medidas cautelares, incluindo o uso da tornozeleira.
No recurso, o delegado alegou que cumpre as medidas cautelares de forma “fidedigna” h dois meses e que j pediu a desistncia do estgio probatrio do cargo em junho, “de sorte que no haveria qualquer necessidade no monitoramento eletrnico”.
J o investigador alegou que no h mais “proporcionalidade” para a manuteno do monitoramento eletrnico, j que entregou suas armas de fogo de uso pessoal na delegacia e possui residncia fixa na cidade.
Na deciso, porm, o magistrado afirmou ser “invivel” a revogao da tornozeleira dos acusados para garantir a higidez da persecuo criminal judicial.
“Por clareza, relembro ainda que, como se sabe, 'a mera alegao de que o equipamento de monitorao eletrnica causa transtornos, por estigmatizar os pacientes, no justifica a sua retirada, quando devidamente justificada a necessidade da medida”, escreveu.
A operao
De acordo com a Corregedoria-Geral da Polcia Civil, o delegado e o investigador so acusados de solicitar o pagamento de vantagens indevidas para liberao de bens apreendidos; exigiam pagamento de “dirias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condio de decidir sobre procedimentos criminais em trmite na unidade policial.
Conforme a investigao, o esquema ainda contava com participao de advogados e garimpeiros da regio.