A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), cmpus de Sinop, realiza o projeto “Estudo da dinmica da gua em um Sistema Agroflorestal no ectono Cerrado-Amaznia – fase de implantao”, com objetivo de auxiliar os agricultores familiares sobre a relao da gua nos seus sistemas de cultivo e contribuir para avanos cientficos na rea. A iniciativa, conduzida por pesquisadores da instituio conta com o financiamento da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado (Fapemat), e parceria com o Projeto de Extenso “Gaia”, da UFMT.
O projeto nasceu a partir de demandas vindas de agricultores familiares sobre como irrigar e quanto irrigar um Sistema Agroflorestal (SAF), segundo explica a coordenadora do projeto, e docente da UFMT na rea de engenharia agrcola, cincias, irrigao e drenagem, Janaina Paulino, “isso nos instigou a estudar. O SAF alm de conter culturas com diferentes exigncias hdricas, muda sua composio de plantas ao longo do tempo. O regime hdrico da regio fica em torno de 2000mm anuais concentrados em praticamente metade do ano, e que a irrigao nesses casos vista como uma tecnologia favorvel para garantir a produo ao longo do ano, porm nem todos tm o a ela”, ressaltou.
A pesquisadora conta ainda que, dentro desse espectro e com intuito de responder essas questes, o projeto Gaia, em seu cronograma de implantao, instalou uma Unidade de Referncia Tecnolgica e Sistema Agroflorestal Agroecolgico no cmpus.
A UFMT tambm estabelece parceria com pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril, para dar conta da amplitude dos desafios, e como fruto sugerem a ideia de estudar o SAF com a utilizao da irrigao e sem irrigao. “Falamos de um modelo que dando certo o agricultor pode optar por uma das possibilidades ou as duas, ou seja, no SAF que ele pode investir no sistema de irrigao ele mantm as culturas mais exigentes em gua e no restante da propriedade em pode conduzir sem, otimizando assim o uso da rea de acordo com sua realidade”, explicou Janaina Paulino.
A docente complementa que no estudo incluiu mais uma tcnica que pode vir a influenciar nesse processo, a forma de adubao. “Em combinao com a irrigao, testaremos tambm a adubao orgnica padro que consiste na utilizao de esterco curtido e a adubao denominada Gaia que consiste na utilizao de Bokashi, termofosfato e biofertilizante”, ressaltou, complementando que ao trmino ser possvel entender se as adubaes influenciam nesse dinmica de gua no sistema e nas respostas produtivas do SAF.
Janaina Paulino explica que, quanto s culturas utilizadas na pesquisa, conduzida com aquelas “carro chefe”, sendo a banana BRS terra-an e lima cida tahiti, sendo composto tambm com baru, andiroba e pequi. “A cultivar BRS terra-an foi selecionada por apresentar grande potencial para sua insero no sistema de produo de bananeiras tipo “terra”, em Mato Grosso”, disse, informando fontes da Embrapa) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistncia e Extenso Rural (Empaer).
J sobre a cultivar de limo “taiti”, a pesquisadora salienta que “foi selecionada por ser uma planta de origem tropical, sendo que os biomas Cerrado e Amaznia apresentam condies edafoclimticas favorveis para essa cultivar, alm da sua importncia econmica para a agricultura familiar.
Quanto irrigao utilizada no SAF, ela descreve que consiste de duas linhas de tubo gotejadoras por linha de plantas, sendo manejada de acordo com a disponibilidade da gua no solo, monitorados por sensores instalados at 90 cm de profundidade. “Cada tratamento est sendo monitorado tambm os elementos meteorolgicos, temperatura e umidade do ar atravs de estaes meteorolgicas instaladas no local”, destacou citando ainda que juntamente com o estudo da gua no sistema, est sendo feito o acompanhamento de caractersticas qumicas, fsicas e biolgicas do solo, alm do desenvolvimento das plantas e futuramente produo.
Sobre os resultados Janaina afirma que vm com o propsito de dar mais autonomia ao agricultor. “Para que de acordo com a necessidade dele, ele venha a tomar as decises que mais se adequem a sua realidade. Entender o sistema pode trazer valiosas informaes para as tomadas de decises para melhor gesto familiar”, ressaltou, dizendo que existe uma troca de conhecimento entre academia e campo.
O projeto, via Fapemat, deve finalizar em janeiro do prximo ano, e a equipe inicia o ano trabalhando os resultados de maneira a retorn-los para a sociedade o mais breve possvel. A docente frisou que a URT em SAFA permanece em estudo, sendo conduzida pelo projeto Gaia. “Culturas sero inseridas nas entrelinhas aproveitando o perodo chuvoso e seguindo a rotina do agricultor. O monitoramento da umidade do solo e elementos meteorolgicos, avaliaes qumicas, fsicas e biolgicas, alm do monitoramento das plantas permanecero, visando acompanhamento por longo prazo”, destacou, finalizando que a URT em SAFA tambm um laboratrio multidisciplinar utilizado para pesquisa e extenso. Visitas estaro em aberto para sociedade ao longo do ano.