A desvalorizao do preo da saca de milho em Mato Grosso vista como um “alvio” pelas principais cadeias produtivas da protena animal no estado. Contudo, os criadores afirmam que mesmo assim ainda no garante a rentabilidade esperada pelo setor. Somente a suinocultura estima um prejuzo aproximado de R$ 50 por animal abatido.
A colheita do milho avana em Mato Grosso nas principais regies produtoras. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuria (Imea), no mdio-norte do estado quase metade da rea foi colhida.
Enquanto movimentam as mquinas, os agricultores ficam de olho nos preos do cereal, que a cada dia esto mais baixos, ameaando a rentabilidade e aumentando o risco de que falta espao para guardar a produo, j que as vendas esto lentas.
“Com a baixa [preo] do milho tanto da soja, o agricultor comercializou menos produto, principalmente soja do que os anos anteriores, fazendo com que ns tenhamos muita soja estocada nos armazns, ocupando o espao desse milho que estaria entrando nesses armazns agora. Ento, temos a soja l e o produtor no consegue armazenar o milho”, diz o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Sadi Beledelli.
O agricultor do municpio, Tiago Stefanello pontua que quem no vendeu soja tambm est com a conta no vermelho.
“ um ano problemtico para o ano que vem. Estamos fazendo contas e refazendo contas, as entidades esto ajudando nisso, todas a empresas. Eu acho que o produtor tem que dar uma segurada e fazer o custo na ponta da caneta para ver o quanto ele pode investir mais ou menos, porque no vai ser um ano fcil no”.
Desvalorizao do milho supera os 40%
Atualmente, o valor mdio pago pela saca de 60 quilos de milho no mercado disponvel em Mato Grosso gira em torno de R$ 34, mais de 40% abaixo do preo praticado h um ano. Enquanto quem produz o cereal vive momentos de apreenso, quem depende dele na alimentao animais diz que a desvalorizao ameniza as contas, porm ainda no garante rentabilidade.
“Como de cinco, seis anos para c ns vnhamos abatendo precocemente as matrizes para que no fechasse mais granjas, ns temos hoje vrios galpes vazios desalojados, mas com o cenrio atual, no valor que o milho est, no valor que o farelo de soja se encontra, ns voltamos a alojar gradativamente, mas sempre com cautela porque no sabemos como ser o mercado futuro. Ainda vai em torno de 18 meses para que realmente o plantel de posturas e cortes no estado de mato grosso volte ao seu alojamento normal”, frisa o presidente da Associao Mato-grossense de Avicultura (Amav), Lindomar Rodrigues.
Conforme o presidente da Associao dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Jnior, na pecuria “est difcil sobrar dinheiro”, est fazendo “zero a zero”. Ele pontua que h uma perspectiva de que o preo da arroba aumente nos prximos dias.
“A gente fica triste por um lado porque empresas baixaram muito abruptamente, vieram preos quase de prejuzos, principalmente para o agricultor de soja e milho. O boi j estava baixo, mas a expectativa nossa, porque a gente vive muito dos gros, a nossa pecuria depende muito da suplementao com gros e a o alento que esses preos baixaram tambm, os nossos custos tenderem a se estabilizar e ficar um pouco menor com alimentao”.