Um caso suspeito de encefalopatia espongiforme bovina, doena popularmente conhecida como mal da “vaca louca”, est sob investigao no Brasil. A informao foi divulgada na tarde desta segunda-feira (20) pelo Ministrio da Agricultura e Pecuria (Mapa).
“Todas as medidas esto sendo adotadas pelos governos”, afirma a pasta, em nota publicada na pgina do site do governo federal. “A suspeita j foi submetida a anlise laboratorial para a confirmao ou no e, a partir do resultado, sero aplicadas imediatamente as aes cabveis”, prossegue o Mapa.
O governo no forneceu mais dados sobre o caso, mas, de acordo com informaes do portal R7, o caso em anlise envolve um animal encontrado em pasto do Par e com idade considerada avanada — teria sete ou oito anos.
Dessa forma, acredita-se que se trata de um caso atpico da doena, que ocorre de forma espontnea em animais mais velhos, sem envolver o consumo de alimentos proibidos e sem riscos sade pblica.
J a forma clssica da doena, mais temida, causada por uma protena (o pron) que pode estar presente em raes feitas com produtos de animais contaminados (como farinha de ossos e carcaas), o que proibido no Brasil.
A doena volta a movimentar as autoridades menos de dois anos aps confirmaes de casos atpicos. Em setembro de 2021, o Mapa confirmou a presena da doena em dois bovinos, um em Mato Grosso e outro em Minas Gerais. Com isso, as exportaes de carne bovina para a China foram interrompidas por alguns meses.
A doena se manifesta atravs de desordens comportamentais, causadas por alteraes do estado mental (apreenso, nervosismo, agressividade) falta de coordenao dos membros durante a marcha e incapacidade de se levantar. O animal afetado deixa de se alimentar e rapidamente perde condio corporal.
A encefalopatia espongiforme bovina desenvolvida por meio do contato com o crebro ou outros tecidos do sistema nervoso de um exemplar contaminado. O contato pode acontecer por ingesto de alimentos ou derivados contaminados por tecido nervoso ou por instrumentos que entraram em contato com tecido nervoso doente.
Depois que o agente contagioso, o pron (uma protena menor que o vrus) entra no crebro, fica inativo por vrios anos — at 10 ou 15 anos. Quando ativado, o agente inicia um processo de multiplicao que mata as clulas cerebrais rapidamente, deixando grandes massas de protena, ou placas de prons, no crebro. Os prons interagem com o material gentico (DNA) para se reproduzir e a sua acumulao que causa as disfunes, que so efeitos da doena.