Segundo dados apresentados pelo economista e analista de mercado Alexandre Mendona de Barros durante a 2 Jornada RTC, o Brasil ou de uma balana superavitria de US$ 7,1 bilhes, em 1990, para US$ 81 bilhes em 2020 e, neste ano, deve atingir a casa dos US$ 100 bilhes.
“O Brasil precisa ser inteligente e abrir comrcio com os diferentes blocos que iro surgir. necessrio ter habilidade diplomtica de conversar com russos, chineses e europeus e nos tornarmos relevantes para todos eles. As cooperativas precisam ter tamanho para conversar com todos esses mercados”, frisou a uma plateia atenta de 650 integrantes, de mais de 30 cooperativas, ligadas Rede Tcnica Cooperativa (RTC) reunidos no Wish Resort, em Gramado (RS).
O presidente da CCGL, Caio Vianna, deu incio jornada destacando a importncia da retomada de eventos presenciais ps-pandemia para debater o futuro do setor.
“Vendo esse plenrio lotado de colegas de longa data, de muitas lutas pelo agro e pelo cooperativismo, entendemos o motivo pelo qual o Rio Grande do Sul to pujante e contribui tanto para o agro brasileiro. O agro do RS no feito apenas dentro dos limites do nosso Estado, mas est por todo o pas”.
A fora das cooperativas nesse cenrio foi reforada pelo presidente da Fecoagro, Paulo Pires. “Tenho confiana absoluta de que juntos vamos fazer um trabalho em prol do agro gacho”. No comando do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Darci Hartmann, lembrou a importncia de se voltar os olhos para os prximos os do setor no Brasil. “Os desafios foram lanados e agora temos que interpretar o que quer o jovem do futuro”, acrescentou.
Ao defender uma ao diplomtica pela abertura de mercados, Mendona de Barros, lembrou que o Brasil j assumiu um papel relevante no cenrio internacional nas ltimas trs dcadas e que, em cerca de 30 anos, o supervit da balana comercial pode chegar a US$ 200 bilhes.
“Para isso, precisamos de envergadura logstica, escala competitiva e ganhar musculatura para enfrentar as oscilaes no mercado”.
Para o economista, a tendncia que aumente a dependncia entre mercados, e que naes desenvolvidas se tornem compradoras de pases como o Brasil como forma de garantir a soberania alimentar.
“Precisamos dizer ao mundo que estamos aqui e transmitir confiana. Nosso destino alimentar o mundo, independentemente de eventuais conflitos que venham se formar”.
Mendona de Barros ainda ressaltou que a economia mundial deve desacelerar nos prximos anos, o que no significa impacto direto nos preos, uma vez que o mercado de alimentos segue demandador.
Ele citou as recentes quebras nas safras dos Estados Unidos e da Europa, e lembrou que os modelos de previso para 2022/23 indicam uma colheita de 149 milhes de toneladas de soja e 126 milhes de toneladas de milho para o Brasil, indicadores que, segundo ele, ainda no consideram o impacto do La Nia.
Segundo o economista e analista de mercado, dentro de quatro semanas, a ateno do mercado internacional de gros deve se concentrar no Brasil tendo em vista a previso de ocorrncia de La Nia na Amrica do Sul.
Apesar de no acreditar em uma quebra expressiva da safra a ser colhida, o profissional projeta reduo em relao estimativa inicial. “O mercado segue em um quadro nervoso. Mas a importncia do Brasil no quadro internacional s cresce”.
A 2 Jornada Tcnica RC vai at sexta-feira (16) e reunir palestrantes com atuao no agronegcio nacional e internacional em Gramado (RS). O evento uma realizao da CCGL e conta com o patrocnio do terminal Termasa e com o apoio da Fecoagro e do Sistema Ocergs-Sescoop/RS.