Com a proximidade da entrada do rebanho no confinamento, cresce a preocupao com os custos de produo. O boi gordo comeou a semana com preos firmes nas principais praas do pas e, de acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o mercado est com um quadro de ofertas mais ajustado em comparao ao ms de maio, quando a oferta era mais abundante e o pecuarista no tinha capacidade de renteno.

“Com isso, os frigorficos tiveram muita facilidade para compor escalas de abate”, destaca. Agora, com as ofertas mais restritas, dificulta-se o cenrio. “Tendncia que esse movimento ganhe trao a partir da segunda quinzena [de junho] com uma oferta cada vez mais apertada e enxuta e, com isso, os preos sigam em alta”.

Segundo Iglesias, o primeiro giro de confinamento vai ser menor em 2022 por conta da estrutura de custos no momento em que o pecuarista tomou suas decises. “Os preos da reposio eram altos, os preos da nutrio animal tambm eram bastante onerosos naquele perodo e isso acabu diminuindo a inteno de confinamento principalmente para o primeiro giro. Isso normal e estava dentro do escopo para o perodo”, constata.

No entanto, com a queda dos preos do bezerro e do boi magro durante o segundo trimestre deste ano, os custos para o segundo giro sero menores. “Veremos avanos deste segundo giro de confinamento com uma inteno maior de confinamento para este perodo. A entrada da safrinha no mercado, que deve ser de boa proporo, vai aliviar a estrutura de custos em relao nutrio animal. Isso outro estmulo. Temos uma perspectiva de preos altos para o boi gordo no segundo semestre, com bom volume de exportao de carne bovina, que vai dar sustentao a esses preos e com as quedas dos custos no segundo semestre, vamos observar, efetivamente, um aumento da margem para o pecuarista. um momento interessante para quem est confinando para o segundo giro, pois ter uma boa perspectiva de rentabilidade para 2022”, afirma.

De acordo com o analista, no curto e mdio prazos o preo da arroba tende a ser mais alto por conta da oferta restrita. “O que acaba limitando movimentos mais agressivos de alta no mercado do boi gordo , justamente, a situao da demanda domstica. O consumidor brasileiro, pela perda do poder de consumo, pelas questes envolvendo inflao, no tem mais capacidade de absorver novas altas da carne bovina no varejo […]”, explica Iglesias.