Os dados de abate de sunos no primeiro trimestre do ano indicam crescimento da oferta em 2022 e reforam as causas dos baixos preos pagos aos produtores, apontou, em nota, a Associao Brasileira de Criadores de Sunos (ABCS).
“Os nmeros so muito significativos e, se descontarmos as exportaes, fica mais evidente o excesso de oferta no mercado domstico”, avaliou a entidade.
O consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, explicou que em maro foram abatidas 4,9 milhes de cabeas.
“Extrapolando esse nmero para o ano daria 59,3 milhes, sendo que no ano ado foram pouco menos de 53 milhes de abates”. Para ele, ao que tudo indica, o ponto de equilbrio do mercado domstico com disponibilidade interna de pouco mais de 300 mil toneladas por ms. Em maro foram ofertadas 371 mil toneladas.
A ABCS observa que, se for mantida a mdia de abates do 1 trimestre de 2022 para o restante do ano, pode haver um aumento da produo da ordem de quase 2%, podendo chegar marca de 5 milhes de toneladas.
“ pouco provvel que este crescimento continue no mesmo ritmo, pois h indcios de que, desde o final do ano ado, houve reduo de matrizes que impactar a produo do segundo semestre deste ano com queda nos volumes produzidos”, comentou.
No ms de abril, a entidade lembra que houve uma “bolha” de demanda por carne suna na segunda quinzena que se manteve at a vspera do dia das mes, mas que logo em seguida se desfez para novo vis de queda de preo nos ltimos dias.
“ possvel afirmar que o primeiro semestre de 2022 do ponto de vista de rentabilidade, est perdido, restando ao setor a expectativa de um segundo semestre com menos oferta de sunos e insumos em maior disponibilidade a preos mais veis”, ressaltou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
Para ele, a persistncia da crise endivida cada vez mais os suinocultores que precisaro de muitos meses de mercado favorvel para ao menos recuperar o prejuzo acumulado desde o incio de 2021.
As exportaes de carne suna in natura acumuladas at abril de 2022 esto abaixo do mesmo perodo do ano ado em quase 17 mil toneladas, sendo que a China, o maior mercado para o Brasil, reduziu em quase 67 mil toneladas a compra nestes quatro meses, quando comparado com o primeiro quadrimestre de 2021.
Segundo a ABCS, de novembro de 2021 a maro de 2022 os custos de produo da suinocultura vinham em uma escalada de crescimento ininterrupta, com milho ando de R$ 100 a saca de 60 kg e o farelo de soja a mais de R$ 3 mil/tonelada em algumas regies, determinando um custo por quilograma de suno vivo prximo a R$ 8 em maro na regio Sul.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) publicou no ltimo dia 11 os dados preliminares de abate do primeiro trimestre de 2022.
Mesmo com a crise da suinocultura, que se iniciou no ano ado, o abate de sunos de janeiro a maro de 2022 foi maior que o mesmo perodo do ano ado (+6.73% em toneladas e +7,20% em cabeas), e maior que o ltimo trimestre de 2021 (+2,12% em toneladas e +4,58% em cabeas). Em relao ao primeiro trimestre do ano ado, quando comparada com as demais carnes, a protena suna foi a que mais cresceu.